Descobrir e redescobrir que te amo!

Esses dias eu estava aborrecida com o Marido: mais pelo fato dele não reconhecer seus vacilos do que pelos vacilos propriamente dito (geralmente, são mínimos).

Tenho, como dizem por aí, pavio curto e me magoo com facilidade. No entanto sei reconhecer quando erro e não tenho vergonha de admitir isso e pedir desculpas.

Meu marido, ao contrário, é de poucas palavras... e isso às vezes sempre me irrita, principalmente quando o assunto em pauta é o nosso relacionamento e NUNCA (a não ser que eu insista muito) pede desculpas.

Ele sabia que eu estava hiper magoada, e foi capaz de chegar em casa com um presente para mim achando que se livraria de ter que reconhecer que errou.

Claro que a surpresa me agradou e muito, mas no momento o que eu mais queria era que ele dissesse para mim o quanto ele sentia muito por ter me feito chorar. Por isso, que não consegui nem abrir a sacola da Victor Hugo para ver a bolsa que tinha escolhido para mim (apesar de ser muito curiosa).

No dia seguinte fiquei com muito remorso por não ter dado valor ao mimo que ele fez pra mim... mas no momento eu só pensava em dar o troco, em fazer com que se sentisse mal... que doesse mesmo. 

Pedi desculpas, claro! Fiquei muito mal, ainda mais quando liguei para a loja e a vendedora disse que lembrava dele e o quanto ele estava feliz e preocupado em escolher uma bolsa que me agradasse...

Era tarde demais. Ele estava ofendido. E cego, não conseguia e nem queria entender minha posição... Adoro presentes, adoro a bolsa da Victor Hugo, mas adoro principalmente saber e sentir que ele se importa com meu bem estar.

A noite ele nem queria voltar para casa... com jeito, convenci de me levar ao shopping para conversarmos. No meio do caminho sugeri irmos ao Motel, (em meu pensamento: seria um ‘termômetro’ pra gente já que eu não estava mais afim de levar nosso casamento pra frente e nem ele... ). A proposta foi de conversarmos em um lugar neutro, com o silêncio e o tempo necessário que não conseguiríamos em um restaurante, por exemplo.

Foi a melhor coisa que fiz... entramos como pessoas indiferentes e desesperançosas. Somos amigos desde que eu tinha 9 anos e nem o sentimento de amizade estava pesando mais...

Aos poucos as armas e armaduras de ambos foram deixadas no chão... conversamos bastante (ele também falou, bem... ouviu mais do que falou, mas também falou e me disse que tinha ficado muito mal por ter me feito chorar e que não soube o que falar, como agir, e envergonhado a única coisa que pensou foi comprar algo que achou que ia me fazer dar um sorriso...).

Depois de tudo resolvido...

Adormecemos leves, felizes, nos braços um do outro, almas entregues como a muito não fazíamos... e só pela manhã fizemos o mais puro e carinhoso amor.

Agora, sim, posso olhar para minha mais nova bolsa. E de novo para o meu Marido como alguém que quero pra vida toda!

<3